O Brasil entra no jogo da IA e o mundo da tecnologia acelera

O mundo da tecnologia tá em ritmo acelerado — e o Brasil começa, finalmente, a entrar nesse jogo de verdade. Entre discussões sobre uma IA nacional, novos chips com desempenho impressionante, avanços na mobilidade elétrica e o uso de inteligência artificial no agronegócio, o país dá sinais claros de que quer ocupar espaço na vanguarda da inovação. Mas nem tudo são boas notícias: golpes digitais e vírus cada vez mais sofisticados também estão se espalhando rápido. Neste artigo, você confere as principais novidades da semana e o que elas revelam sobre o futuro da tecnologia dentro e fora do Brasil.

A criação de uma IA nacional e a busca pela soberania digital

Nos últimos meses, o Brasil começou a discutir um tema que pode redefinir o futuro tecnológico do país: a criação de uma inteligência artificial nacional. O assunto vem ganhando força dentro do governo e entre grandes empresas de tecnologia, com o objetivo de reduzir a dependência de soluções estrangeiras e fortalecer a soberania digital brasileira.

O que está em jogo

Ter uma IA própria significa não apenas desenvolver modelos que entendam melhor o português e o contexto cultural do Brasil, mas também garantir que os dados dos brasileiros sejam tratados dentro do país, sob regras locais. A iniciativa faz parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) 2024-2028, que prevê investimentos de cerca de 4 bilhões de dólares em projetos de pesquisa, infraestrutura e capacitação. O foco é permitir que universidades, startups e grandes companhias criem soluções que representem a diversidade e as necessidades do país.

Hoje, boa parte das ferramentas que usamos no dia a dia — de tradutores automáticos a geradores de texto — são construídas e hospedadas fora do Brasil. Isso coloca o país em uma posição de dependência tecnológica. A ideia de soberania digital vem justamente pra mudar esse cenário. É uma forma de garantir que o Brasil possa definir seus próprios padrões de segurança, ética e inovação em IA. E mais do que isso: criar um ecossistema onde a tecnologia sirva aos interesses nacionais, não o contrário.

O caminho até lá

Ainda há um longo percurso pela frente. Para alcançar essa autonomia, será preciso investir em centros de dados, ampliar o acesso à computação de alto desempenho e incentivar o desenvolvimento de chips e softwares nacionais. Mas o mais importante talvez seja o que está começando agora — a mudança de mentalidade. O Brasil finalmente entende que não basta consumir tecnologia: é preciso criá-la.

AMD e OpenAI firmam parceria bilionária e aquecem a corrida dos chips

Enquanto o Brasil discute como desenvolver sua própria IA, o mundo lá fora continua travando uma disputa bilionária por poder computacional. A notícia mais recente veio da AMD, que firmou uma parceria estratégica com a OpenAI para fornecer infraestrutura de chips de última geração voltada à inteligência artificial.

Uma guerra pelo domínio da IA

A OpenAI, criadora do ChatGPT, vinha sendo uma das maiores clientes da Nvidia, que domina o mercado de processadores gráficos voltados a IA. Mas agora, com esse acordo, a AMD entra pra valer nessa guerra. O contrato prevê a entrega de 6 gigawatts de capacidade computacional baseados na nova série de chips MI450, com início já em 2026. A ideia é que esses chips sejam usados para treinar e executar modelos cada vez mais complexos.

A parceria também inclui a possibilidade de a OpenAI adquirir até 10% das ações da AMD, caso certas metas de fornecimento sejam cumpridas. Ou seja, não é apenas um acordo comercial — é uma aposta estratégica, onde hardware e software caminham juntos. Essa aproximação mostra que o mercado de IA está se diversificando e que as grandes empresas não querem depender de um único fornecedor.

O impacto dessa disputa

Esse movimento deve impactar toda a indústria. Com mais concorrência, o custo de processamento de IA pode cair, abrindo espaço para que empresas menores e países em desenvolvimento tenham acesso a infraestrutura mais avançada. E no fundo, essa corrida por poder computacional é o motor que impulsiona toda a revolução que estamos vendo acontecer — de chatbots a carros autônomos, de diagnósticos médicos a sistemas de recomendação.

Intel anuncia o Panther Lake com promessa de 50% mais desempenho

A Intel também não quer ficar pra trás. A empresa apresentou oficialmente o Panther Lake, seu novo chip que promete até 50% mais desempenho em relação à geração anterior. A grande aposta é no processo de fabricação 18A, uma das litografias mais avançadas do mundo, que permitirá chips menores, mais rápidos e com consumo reduzido de energia.

A nova fase da computação pessoal e da IA embarcada

Esse chip marca o início de uma nova fase: a dos dispositivos com IA embarcada, ou seja, capazes de processar tarefas de inteligência artificial diretamente no hardware, sem depender tanto da nuvem. A Intel quer que notebooks e PCs sejam capazes de reconhecer voz, imagens e padrões de comportamento localmente, o que aumenta a privacidade e reduz o tempo de resposta.

Os primeiros equipamentos com Panther Lake devem chegar ao mercado no final de 2025. E, se as promessas se confirmarem, essa geração pode representar um salto semelhante ao que vimos na transição dos processadores Pentium para os Core, lá atrás. A empresa aposta alto nesse relançamento, que pode redefinir seu papel num mercado cada vez mais competitivo e dominado por IA.

WEG coloca o Brasil na rota global da mobilidade elétrica

A WEG, gigante brasileira do setor industrial, vem mostrando que inovação de ponta também pode ser feita por aqui. A empresa anunciou a produção nacional de carregadores para veículos elétricos, com tecnologia desenvolvida no Brasil e capacidade de exportação para o mercado europeu.

O avanço da indústria verde nacional

Essa iniciativa é um marco importante. Até pouco tempo atrás, quase toda a infraestrutura de carregamento dependia de equipamentos importados. Agora, com a WEG liderando o processo, o país dá um passo concreto para consolidar sua presença na cadeia global de mobilidade elétrica. Além disso, a empresa também adquiriu 54% da Tupi Mob, startup especializada em software de gestão de pontos de recarga, reforçando sua estratégia de atuar não só com hardware, mas também com soluções inteligentes conectadas à nuvem.

Com a chegada de mais veículos elétricos e híbridos no Brasil, o mercado de carregadores deve crescer de forma acelerada. E o fato de termos uma empresa nacional produzindo equipamentos e software mostra que o país pode competir nesse setor de alta tecnologia — e ainda gerar empregos e exportar inovação.

Wonderlab: o novo laboratório de IA da Intel e Approach Tech

Em outro movimento positivo dentro do país, a Intel e a integradora brasileira Approach Tech anunciaram o Wonderlab, um laboratório criado para acelerar projetos de inteligência artificial no Brasil. O espaço vai oferecer infraestrutura, consultoria e suporte técnico para empresas que desejam implementar IA, mas ainda não têm os recursos necessários para começar.

Aceleração da inovação local

A ideia é reduzir barreiras e aproximar a tecnologia das empresas brasileiras. Muitas ainda veem a IA como algo distante, caro ou complexo, e esse tipo de iniciativa vem justamente pra mudar essa percepção. O Wonderlab pretende ajudar negócios a entenderem o que é possível automatizar, como usar dados de forma inteligente e como transformar tudo isso em ganho real de produtividade.

Além de impulsionar o ecossistema nacional, o projeto também simboliza um novo momento: o de colaboração entre multinacionais e integradoras locais. Isso significa que as soluções desenvolvidas aqui podem ter o DNA brasileiro e, quem sabe, até ganhar o mundo.

Alerta digital: vírus Maverick se espalha pelo WhatsApp Web

Nem só de boas notícias vive o mundo da tecnologia. Um novo vírus, chamado Maverick, começou a se espalhar rapidamente pelo WhatsApp Web, tentando roubar senhas bancárias e dados pessoais de usuários no Brasil.

Como o golpe funciona

O ataque acontece quando o usuário clica em links falsos enviados por contatos infectados, geralmente disfarçados de comprovantes, boletos ou promoções. Ao acessar o link, o computador é contaminado por um malware que se propaga automaticamente, enviando mensagens para outros contatos da vítima — o que faz o golpe se espalhar de forma muito rápida.

De acordo com empresas de cibersegurança, mais de 60 mil tentativas de infecção já foram bloqueadas nas últimas semanas. A recomendação é simples, mas essencial: não clique em links suspeitos, mesmo que venham de pessoas conhecidas, e mantenha antivírus e autenticação de dois fatores sempre ativos.

Esse tipo de ataque mostra como o cibercrime tem se tornado cada vez mais sofisticado. E reforça a importância de investir em educação digital, tanto para usuários comuns quanto para empresas que usam o WhatsApp como canal de atendimento.

TOTVS investe em IA no agronegócio

Pra fechar com uma notícia que vem do nosso ecossistema, a TOTVS está investindo forte em soluções de IA voltadas ao agronegócio. O objetivo é oferecer ferramentas que ajudem produtores rurais e gestores a tomarem decisões baseadas em dados, com insights automáticos sobre produtividade, custos e desempenho das safras.

A tecnologia chega ao campo

Essas novas soluções usam dados de sensores, informações climáticas e históricos de produção para sugerir o momento ideal de plantio, prever falhas e otimizar o uso de insumos. Com isso, o produtor consegue reduzir desperdícios e aumentar a rentabilidade.

O Brasil, que já é uma potência agrícola, pode se tornar também referência em agrotech, com tecnologia nacional apoiando um dos setores mais importantes da economia. A TOTVS tem se posicionado como protagonista nesse movimento, integrando IA, automação e sistemas de gestão em um único ecossistema.

A transformação digital no campo é uma das tendências mais fortes dos próximos anos, e as empresas que saírem na frente vão ditar o ritmo dessa nova era da produção agrícola.

Conclusão

As últimas semanas mostram um retrato bem claro: o mundo da tecnologia está acelerando — e o Brasil começa a ganhar espaço nesse tabuleiro global. Enquanto o país discute uma IA nacional, empresas como WEG e TOTVS mostram que é possível inovar e produzir tecnologia de ponta aqui dentro. Do outro lado, movimentos internacionais como a parceria entre AMD e OpenAI e o lançamento do chip Panther Lake pela Intel redefinem o ritmo da transformação digital mundial.

Mas junto com o avanço vem a responsabilidade. O vírus Maverick é um lembrete de que toda nova tecnologia traz riscos — e que segurança digital deve caminhar junto com inovação.

O fato é que a tecnologia não para. E pela primeira vez em muito tempo, o Brasil parece não estar apenas assistindo de fora. Está participando, criando e começando a se posicionar como protagonista.

Fontes:

A criação de uma IA nacional e a busca pela soberania digital
AMD e OpenAI firmam parceria bilionária e aquecem a corrida dos chips
Intel anuncia o Panther Lake com promessa de 50% mais desempenho
WEG coloca o Brasil na rota global da mobilidade elétrica
Wonderlab: o novo laboratório de IA da Intel e Approach Tech
Alerta digital: vírus Maverick se espalha pelo WhatsApp Web
TOTVS investe em IA no agronegócio

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Fábio Hayama

Apaixonado por gestão, tecnologia e inovação, Fábio Hayama possui mais de 15 anos de experiência no universo do ERP Protheus, estratégia empresarial e automação de processos.

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