As principais novidades da tecnologia da semana: IA nacional, ataques hackers, chips poderosos e inovação brasileira

O mundo da tecnologia continua acelerando — e essa semana trouxe uma mistura interessante de avanços, alertas e oportunidades. Enquanto o Brasil discute a criação de uma inteligência artificial nacional e o fortalecimento da soberania digital, o cenário global mostra que a corrida pelos chips de IA está esquentando, a segurança digital segue em xeque e a inovação brasileira começa a ganhar força no mercado internacional.

A seguir, você confere um panorama completo das principais notícias de tecnologia da semana — com contexto, impacto e o que cada uma delas representa para o futuro da tecnologia no Brasil e no mundo.

Brasil discute soberania digital e o futuro da IA nacional

O governo brasileiro realizou nesta semana o Seminário Pilha de IA Nacional, um evento que reuniu autoridades, especialistas, pesquisadores e representantes do setor privado para discutir um tema estratégico: como o Brasil pode construir uma inteligência artificial nacional, com infraestrutura própria, base de dados soberana e menos dependência de tecnologias estrangeiras.

A proposta é fortalecer o ecossistema de tecnologia brasileiro em todas as camadas — desde hardware e chips até software, dados e algoritmos. Hoje, a maioria das ferramentas de IA usadas no país roda sobre plataformas estrangeiras, o que levanta preocupações sobre privacidade, autonomia e segurança cibernética.

Durante o evento, foram discutidas medidas práticas para impulsionar a criação de centros de pesquisa, fomentar a indústria de semicondutores e desenvolver políticas públicas que estimulem startups e empresas nacionais a criarem soluções baseadas em IA. Outro ponto importante foi a necessidade de ampliar a formação de profissionais na área, reduzindo a dependência externa em temas de alta complexidade tecnológica.

Essa iniciativa de soberania digital está alinhada com a movimentação global de países como China, Índia e União Europeia, que já vêm estruturando suas próprias políticas de IA e proteção de dados. O Brasil, se conseguir manter o ritmo, pode deixar de ser apenas um consumidor de tecnologia para se tornar também um desenvolvedor ativo, gerando empregos, inovação e segurança nacional no longo prazo.

Hacker ameaça Salesforce e acende novo alerta sobre segurança digital

Enquanto o Brasil fala em independência tecnológica, o mundo corporativo enfrenta mais um episódio que mostra o outro lado dessa revolução: a vulnerabilidade da segurança digital. Um grupo hacker chamado Scattered LAPSUS$ Hunters afirmou ter invadido sistemas da Salesforce — uma das maiores empresas de software do planeta, conhecida por sua plataforma de CRM usada por milhares de companhias no mundo todo.

Segundo o grupo, eles conseguiram acesso a cerca de um bilhão de registros de clientes, incluindo dados de grandes corporações como Cisco, IKEA, Marriott e Disney. Em tom de chantagem, os hackers deram até o dia 10 de outubro para que a Salesforce negociasse, antes que os dados fossem divulgados.

A Salesforce respondeu dizendo que ainda não há indícios de que seus próprios sistemas tenham sido comprometidos, mas admitiu que está investigando o caso em parceria com autoridades e especialistas em segurança.

Fontes ligadas à investigação acreditam que o ataque foi feito através de engenharia social, técnica que envolve manipular pessoas — e não apenas sistemas — para obter credenciais e acessos internos. Ou seja, o ponto vulnerável não foi necessariamente a tecnologia, mas o comportamento humano.

Esse tipo de ataque reforça uma lição importante: a segurança digital não depende só de firewalls e senhas fortes, mas também de cultura interna e treinamento. Em tempos de IA generativa e ferramentas de deepfake cada vez mais realistas, o risco de ataques baseados em engano e persuasão é cada vez maior.

AMD fecha parceria bilionária com a OpenAI e desafia a NVIDIA no mercado de IA

Em meio à corrida global pelo domínio da inteligência artificial, a AMD anunciou uma parceria estratégica com a OpenAI, que promete movimentar dezenas de bilhões de dólares nos próximos anos. O acordo prevê o fornecimento de GPUs de alto desempenho, que serão usadas para alimentar a infraestrutura de IA da OpenAI — a mesma que dá suporte a ferramentas como o ChatGPT.

De acordo com informações oficiais, o contrato prevê até 6 gigawatts de poder computacional, sendo 1 gigawatt já em 2026, e a OpenAI terá direito de adquirir até 10% das ações da AMD conforme metas de colaboração forem atingidas.

Essa parceria é uma jogada estratégica para ambos os lados. A OpenAI, que antes dependia quase exclusivamente da NVIDIA, passa a diversificar sua cadeia de fornecedores e reduz riscos de gargalos de produção. Já a AMD ganha visibilidade e se posiciona de vez como uma das principais fornecedoras de hardware para o mercado de IA — um setor que deve crescer exponencialmente nos próximos anos.

O reflexo no mercado foi imediato: as ações da AMD dispararam após o anúncio, e analistas destacam que a empresa começa a equilibrar o jogo com a NVIDIA, que dominava o segmento com sua linha de chips H100.

No fim das contas, a mensagem é clara: o futuro da inteligência artificial está nas mãos de quem dominar o poder de processamento. E essa corrida, que já era intensa, agora ficou ainda mais acirrada.

Intel apresenta o Panther Lake e promete 50% mais desempenho

Não foi só a AMD que teve destaque. A Intel também movimentou o mercado ao apresentar o Panther Lake, seu novo processador de última geração que promete revolucionar o desempenho de PCs e notebooks.

O chip, que deve começar a ser produzido em larga escala ainda em 2025, utiliza o novo processo Intel 18A, considerado o mais avançado da história da empresa. Segundo a fabricante, o Panther Lake entregará até 50% mais desempenho multithread e um salto significativo em eficiência energética em comparação com a geração anterior.

Além da potência bruta, o Panther Lake traz melhorias significativas no processamento gráfico e na NPU (unidade de processamento neural), que é responsável por lidar com tarefas de IA de forma mais inteligente e autônoma. Isso significa que tarefas como reconhecimento facial, legendas automáticas, ajustes de câmera e até assistentes virtuais podem ser executadas localmente, sem depender da nuvem.

Com isso, a Intel tenta recuperar o terreno que perdeu para a AMD e para os chips Apple Silicon nos últimos anos. E o mercado de IA pessoal — os chamados “AI PCs” — deve ser o principal campo de batalha nos próximos meses.

Se as promessas se confirmarem, o Panther Lake pode marcar o início de uma nova geração de computadores mais rápidos, eficientes e preparados para o uso intensivo de inteligência artificial.

WEG começa a exportar carregadores de carros elétricos fabricados no Brasil

Enquanto gigantes internacionais disputam o mercado de chips, o Brasil começa a mostrar que também pode inovar. A catarinense WEG anunciou que vai começar a exportar para a Europa carregadores de veículos elétricos produzidos no Brasil — um marco importante para o setor industrial e para a presença brasileira na cadeia global de eletromobilidade.

O modelo lançado, chamado WEMOB Station HPC, é capaz de recarregar até quatro veículos simultaneamente em menos de 30 minutos, com potência de 640 kW. O produto foi totalmente desenvolvido e fabricado no país, o que mostra a maturidade tecnológica da WEG e seu potencial de competir com empresas estrangeiras.

A movimentação da WEG acontece num momento estratégico, em que a demanda por infraestrutura de recarga cresce exponencialmente na Europa e em outros mercados. A transição energética e a busca por alternativas mais sustentáveis estão acelerando o desenvolvimento de soluções elétricas — e o fato de uma empresa brasileira estar na linha de frente desse movimento é um ótimo sinal para o país.

Mais do que exportar produtos, a WEG está exportando tecnologia nacional. E isso reforça o papel que o Brasil pode desempenhar no futuro da indústria global: um país que não apenas consome, mas também cria soluções de alto impacto.

Vazamento de dados no Discord reforça importância da segurança digital

Encerrando a semana, mais um episódio de vazamento de dados chamou a atenção: o Discord confirmou uma brecha causada por uma empresa terceirizada de suporte, responsável por parte do atendimento ao cliente.

Os dados expostos incluem nomes de usuários, e-mails e até partes de documentos usados em verificações de identidade. A boa notícia é que senhas e números completos de cartões de crédito não foram comprometidos, segundo a empresa.

Mesmo assim, o incidente acende um alerta importante: a segurança digital não depende apenas da empresa principal, mas também dos parceiros e prestadores de serviço que têm acesso a informações sensíveis.

Esse tipo de vazamento mostra o quanto o ecossistema digital é interdependente — e o quanto é essencial ter políticas rigorosas de controle e monitoramento de acesso, inclusive com terceiros. O Discord já informou que revogou o acesso da empresa envolvida e está revisando seus processos internos de segurança.

Conclusão: um mundo cada vez mais conectado, competitivo e vulnerável

O balanço da semana deixa uma mensagem clara: estamos vivendo um momento em que a tecnologia avança em velocidade máxima, mas traz junto novos desafios. De um lado, o Brasil começa a se movimentar para conquistar autonomia digital e exportar inovação. De outro, o mundo corporativo lida com ameaças cada vez mais sofisticadas e a disputa entre gigantes da IA se intensifica.

Enquanto AMD, Intel e OpenAI aceleram a corrida pelos chips que movem o futuro, empresas como a WEG mostram que é possível inovar localmente e competir globalmente. Ao mesmo tempo, casos como o da Salesforce e do Discord lembram que segurança digital precisa ser prioridade absoluta — porque um simples descuido pode comprometer milhões de dados em questão de segundos.

A tecnologia segue evoluindo, e acompanhar essas mudanças é essencial pra quem quer entender o rumo do mundo digital — seja pra inovar, proteger ou transformar o negócio.

Fontes:

Brasil discute soberania digital e o futuro da IA nacional

Hacker ameaça Salesforce e acende novo alerta sobre segurança digital

AMD fecha parceria bilionária com a OpenAI e desafia a NVIDIA no mercado de IA

Intel apresenta o Panther Lake e promete 50% mais desempenho

WEG começa a exportar carregadores de carros elétricos fabricados no Brasil

Vazamento de dados no Discord reforça importância da segurança digital





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Fábio Hayama

Apaixonado por gestão, tecnologia e inovação, Fábio Hayama possui mais de 15 anos de experiência no universo do ERP Protheus, estratégia empresarial e automação de processos.

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