Julho começou quente no universo da tecnologia — e não estamos falando só da temperatura. O cenário global e nacional foi sacudido por decisões históricas, ataques cibernéticos cinematográficos, novos lançamentos de peso e mudanças importantes no visual de marcas consolidadas. O Brasil, por exemplo, deu um passo ousado ao responsabilizar diretamente as redes sociais por conteúdos nocivos, enquanto uma empresa-chave no sistema financeiro nacional sofreu um dos maiores ataques da história recente. Ao mesmo tempo, gigantes como TOTVS e Microsoft anunciaram novidades que prometem mexer com o mercado: de identidades visuais repaginadas a telas de erro que fazem menos “drama”.
Quer ficar por dentro de tudo o que está rolando? Neste blog, você confere um panorama completo com as seis principais notícias que marcaram a tecnologia nos últimos dias — com explicações detalhadas e fontes confiáveis. Preparado? Então bora mergulhar nas novidades!
1. Brasil regulamenta responsabilidade das redes sociais em julho
O Supremo Tribunal Federal (STF) proferiu recentemente uma decisão histórica: plataformas como Facebook, TikTok e Twitter agora podem ser responsabilizadas diretamente por conteúdos publicados por usuários, sem necessidade de ordem judicial prévia. A Corte considerou que o antigo modelo, previsto no artigo 19 do Marco Civil da Internet, se tornou obsoleto diante da complexidade e do impacto social das redes, especialmente no contexto de fake news, discursos de ódio e ameaças à democracia.
Os ministros que votaram a favor – entre eles Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cristiano Zanin – defenderam que, diante da propagação em massa de conteúdos antidemocráticos, discriminatórios e violentos, as plataformas devem agir proativamente. Foram criados quatro níveis de responsabilização: desde uma primeira obrigação de remover conteúdo grave ao serem notificadas, até regimes mais rigorosos para conteúdos impulsionados por anúncios pagos ou relacionados a terrorismo, suicídio, pornografia infantil e crimes contra a mulher.
Ao justificar o voto, ministros como Moraes e Cármen Lúcia apontaram que as plataformas deixaram de ser neutras, funcionando como agentes ativos na modulação do debate público por meio de algoritmos com foco no engajamento – uma abordagem que plausivelmente incentiva desinformação e radicalização. Já o ministro Nunes Marques, relator do caso, defendeu que a responsabilização direta deveria ser criada pelo Legislativo e que o Marco Civil ainda protege a liberdade de expressão ao exigir ordem judicial para conteúdos menos graves, como os que envolvem crimes contra a honra.
A decisão deve ser encarada como um marco regulatório temporário até que seja aprovada uma legislação específica. A partir de agora, espera-se que as plataformas acelorem a moderação de conteúdos graves após notificação extrajudicial – um passo significativo na tentativa de frear a disseminação de conteúdo nocivo e desinformação.
2. Ciberataque atinge infraestrutura financeira da C&M Software em julho
A C&M Software, empresa essencial ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), responsável por conectar bancos menores e fintechs ao Banco Central, foi alvo de um gigantesco ataque cibernético no início de julho. O uso de credenciais comprometidas permitiu aos invasores movimentar recursos em contas-reserva de pelo menos seis instituições, totalizando um rombo estimado entre R$ 800 milhões e mais de R$ 1 bilhão. Os ataques seguiram um padrão sofisticado de engenharia social, em que um funcionário supostamente vendeu seu acesso por cerca de US$ 2.700, habilitando transferências fraudulentas em poucas horas.
Segundo apurações da Polícia Federal, pelo menos quatro pessoas participaram do esquema, que se concentrou em desviar valores agregados nas contas-reserva destinadas à liquidação interbancária, sem afetar diretamente as contas correntes dos usuários finais. Aproximadamente R$ 270 milhões já foram bloqueados pelas autoridades, mas ainda há investigação em curso para identificar outros suspeitos e recuperar os ativos.
O Banco Central, ao tomar conhecimento do incidente, suspendeu temporariamente o acesso da C&M ao sistema Pix e, posteriormente, permitiu uma retomada parcial das operações em dias úteis, sob rígido monitoramento e limites transacionais. A C&M garantiu que seus sistemas críticos permanecem íntegros e totalmente operacionais, e atribuiu o incidente à falha humana decorrente da engenharia social, não a vulnerabilidades técnicas na infraestrutura.
Em paralelo, a PF prendeu o funcionário suspeito de facilitar o ataque e segue investigando o esquema, classificado como o maior ataque da história do sistema financeiro brasileiro. Instituições como BMP, Banco Paulista, Credsystem, Banco Carrefour e até uma igreja evangélica (Bola de Neve) foram afetadas, confirmando a dimensão sistêmica do evento.
3. Estudo da TOTVS aponta baixa adoção de IA no Brasil em 2025
A TOTVS lançou o relatório "Panorama IA nas empresas brasileiras", que revela uma realidade ainda incipiente no uso de inteligência artificial no país. Segundo o levantamento, metade das empresas brasileiras sequer adota IA de forma estruturada; apenas 7% delas conseguem medir o retorno sobre o investimento, e apenas cerca de 8% demonstram maturidade avançada na área .
A pesquisa aponta que a aplicação de IA nas empresas está restrita, em sua maioria, à criação de conteúdos, manipulação de imagens e chatbots. A ausência de profissionais qualificados, o receio com os riscos éticos e regulatórios e a falta de métricas claras são os principais gargalos para uma adoção efetiva . Apesar do potencial transformador, muitas organizações ainda lidam com inércia e insegurança diante das tecnologias emergentes.
O estudo da TOTVS reforça a necessidade de investimentos em capacitação, governança e cultura organizacional voltada à inovação. Para que a IA cumpra seu papel de acelerar processos, personalizar atendimentos e otimizar custos, é indispensável que haja planejamento estratégico, definição de KPIs e clareza sobre o fluxo de dados e privacidade.
4. TOTVS renova identidade visual durante evento Universo TOTVS
No Universo TOTVS, evento realizado em meados de junho, a empresa apresentou uma nova identidade visual que engloba não apenas a marca principal, mas também suas unidades de negócios — TOTVS Gestão, TOTVS Techfin e RD Station. A iniciativa teve como objetivo reforçar uma cultura corporativa mais integrada e transmitir a ideia de um ecossistema unificado de soluções para gestão empresarial .
A mudança, segundo a empresa, busca reforçar a sinergia entre os diferentes segmentos de atuação e alinhar a comunicação visual à ambição de crescimento e tecnologia. Com estética renovada, as marcas ganharam paleta de cores unificada, tipografia moderna e ícones minimalistas que reforçam a identidade digital. A nova identidade visa também facilitar o reconhecimento das marcas no mercado e consolidar a imagem da TOTVS como protagonista no setor de software de gestão.
5. Motorola lança o Moto g86 com bateria de longa duração
A Motorola surpreendeu o mercado com o lançamento do Moto g86, um smartphone intermediário voltado para usuários que demandam alta autonomia de bateria. Com célula de 5.200 mAh, o aparelho promete até 41 horas de uso contínuo, segundo dados divulgados pela empresa .
Equipado com processador MediaTek Dimensity 7300, 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, o Moto g86 traz ainda certificações IP68/IP69 para resistência à água e poeira, lentes traseiras de alta qualidade e carregamento TurboPower de 33 W. O smartphone também possui design leve e foco em performance para sessões prolongadas de Jogos e vídeos. Lançado em junho, ele representa uma aposta forte da Motorola para consolidar sua presença na faixa intermediária no Brasil, onde a durabilidade da bateria é um dos principais diferenciais competitivos.
6. Microsoft dá adeus à icônica Blue Screen of Death
A Microsoft anunciou um marco no design e usabilidade do Windows: aposentou a tradicional “Blue Screen of Death” (BSOD), substituindo-a por uma tela de erro preta no Windows 11 versão 24H2, que deve ser lançada até fim de 2025. A mudança faz parte do Windows Resiliency Initiative, projeto que visa modernizar e tornar as mensagens de falhas mais acessíveis para usuários .
A nova “Black Screen of Death” abandona os elementos visuais exagerados da antiga BSOD, como o emoji triste e QR codes, mantendo apenas o código técnico do erro e instruções claras sobre como proceder. A iniciativa busca reduzir o estresse e confusão causados pela nova tela, trazendo uma abordagem mais enxuta e informativa, focada na resolução de problemas. A mudança ocorreu após falhas massivas relacionadas à atualização da CrowdStrike em 2024, que afetaram diversos usuários. Agora, a Microsoft pretende minimizar o impacto visual e funcional dos erros, sem comprometer a quantidade de informação técnica disponível.
Conclusão
As notícias deste ciclo permeiam áreas cruciais: regulação de redes sociais, segurança cibernética do sistema financeiro, adoção de IA, identidade corporativa, tecnologia móvel e usabilidade de sistemas. O Brasil mostra avanços na moderação de conteúdo e enfrenta desafios de segurança, enquanto empresas locais e globais se movimentam para inovar, modernizar e surpreender. É um panorama dinâmico, reflexo de um país e de um setor tecnológico em rápida transformação.